quarta-feira, 10 de março de 2010

“DEUS SABE O QUE FAZ!”


Andava pelo deserto da ausência longa de um grande amor, quando, de repente, você me apareceu como uma miragem.
Fiquei feliz!
Fiquei assim...
Na verdade, iludida!
Porque miragem é ilusão.
Deus deu-te a mim como um cacto...
E eu estava realmente no deserto.
Então fiquei confusa.
Como assim, meu Deus, um cacto?
Fiquei triste...
Não entendi!
Porque você se mostrou apenas espinhos,
Sem sombras boas, naquele grande deserto...
Sem frutos, nem flores.
E eu continuava com muita sede...
Mas era porque eu nada sabia de cactos!
Então Deus, na Sua infinita Sabedoria, me mostrou que o cacto florescia, e que dentro dele havia água.
Hoje eu entendo o porquê dessa experiência, de você ter passado torpemente pela minha vida...
E to achando a flor do cacto muito linda!
E ainda por cima, matei a minha sede...
Sabe por quê?
Porque Deus sabe o que faz!


Rio 2007/2008

domingo, 7 de março de 2010

“ADORO O ATERRO”


Eu tenho uma ligação muito grande com árvores, plantas, flores...
A ponto de conseguir ver, de dentro do carro, em São Paulo, uma flor!
Como disse a pessoa que me acompanhava:
-“só você!”
Pois é...
Porque se tem algumas coisas de que eu me orgulho em mim, uma delas é o “olhar de ver”, principalmente quando se trata da NATUREZA.
Sou incapaz de deixar passar qualquer matinho sem que eu “olhe vendo”.
As estradas, para mim, sejam de qualquer cidade, mesmo em outro país, são sempre belas, porque geralmente são ladeadas de verde.
Eu, literalmente, viajo!
Assim sendo, elegi o ATERRO DO FLAMENGO como minha passagem (e paisagem) preferida nessa cidade maravilhosa.
Adoro cada centímetro, cada grama, cada árvore!
Adoro o cheiro de “clorofila” que fica no ar, quando estão podando a grama...
Adoro a paisagem exuberante e poética do Pão de Açúcar e da Baía de Guanabara...
Adoro ver os cariocas se exercitando no parque do Aterro...
Adoro ver os carros aumentando a velocidade nas pistas bem asfaltadas...
Enfim, adoro passar pelo Aterro, seja indo ou vindo.
Mas tem um “xodó” no meio disso tudo.
Um amor secreto!
Um segredo meu!
Eu sou apaixonada por uma árvore que fica do lado direito de quem está indo em direção à cidade, e é a primeira mais vasta que se avista, depois da segunda grande curva.
Ela é extremamente frondosa e baixa.
E tem apegada a ela, uma outra bem “magrinha”, como se fosse filho, marido, ou guardião.
E ela me faz feliz!
Basta vê-la e me ponho a sorrir... Sozinha.
Chego a colocar a cabeça para fora da janela do veículo só para dizer:
-“Te amo!”
E eu acho que ela me escuta.
Tanto que fiz com ela um pacto:
“Quando eu morrer, quero ser cremada, e quero que minhas cinzas sejam jogadas aos seus pés (no caso, suas grossas e entroncadas raízes).”
E quando meus amigos passarem por ali, quero que, por favor, sorriam que eu, de onde estiver, vou entender que se lembraram de mim!



Rio 3/02/2008
SOLIDÃO NA COMUNICAÇÃO”


Quantas formas existem, atualmente, para se encontrar alguém!
-torpedo
-celular
-telefone
-e.mail
-scraps
-skype
-correio
-interfone
-campainha!!
Mas vejam só, hoje é domingo, e eu estou aqui...
Sozinha!




Rio 13/01/2008
“MINHA AGENDA”

Eu tenho várias amigas e, hoje em dia, eu sei que tenho “know how” para classificá-las dentro de um gráfico que eu mesma criei.
Tenho amiga para cada setor da minha vida, e nenhuma é mais ou menos que a outra, a não ser pelo “tempo de serviço” à minha leal amizade.
O engraçado é que elas não sabem dessa classificação, e sem querer, e até porque não sabem, vão, aos poucos, elas mesmas se cadastrando no meu fichário imaginário.
Percebo que cada qual, ao seu modo, se resguarda ou se prontifica, de acordo com suas habilidades humanas.
Cada uma dá aquilo que tem, ou que pode, ou até mesmo que está a fim.
Mas, na realidade, acabam fazendo jus às características inerentes a cada uma delas.
Eu tenho amigas, por exemplo, que só vejo no meu aniversário...
Tenho amigas com quem eu falo apenas de vez em quando, e nos vemos mais esporadicamente ainda...
Eu tenho amigas só pra ir ao teatro...
Têm também aquelas que eu só vejo na praia...
Tenho amigas de academia...
Têm aquelas também, a quem, eu tenho liberdade de pedir algum empréstimo, além de tudo...
Eu tenho amigas pra falar sobre estética, livros, e freqüentar cafés, mas não nos telefonamos cotidianamente...
Têm aquelas com quem eu falo uma vez por mês, só pra dizer uma para outra, que estamos ali, mas raramente saímos.
Tenho amiga que divide comigo, às vezes, o que temos na dispensa e na geladeira... (mais que uma vizinha de porta!)
Tenho amigas virtuais... (hoje em dia, quem não as tem?)
Eu tenho amigas com quem divido minhas dores (todas) e também todas as minhas alegrias...
Têm também aquelas com quem eu nunca mais falei, ou revi, mas que levo no coração...
E tem aquela com quem eu não deixo de falar por um dia sequer...
É a “amiga corujão”!
Porque varamos a noite em assuntos infindáveis, inesgotáveis, lúdicos, místicos, profundos, esotéricos e reais...
A todas minhas amigas, eu quero, um dia,ter a honra de homenagear, não com um simples texto, mas com o olhar de centenária convicta que soube escolher e preservar suas amizades até o fim.



Rio, madrugada de 06/02/2008